
O museu Léon Dierx
O Museu Leon Dierx, em Saint-Denis da Reuniao, possui uma exceptional colecçao de arte moderna e contemporanea. É instalado na rua de Paris, no lugar da antigua Villa Manès, ocupada até 1911 pelo bispado.
As colecçoes
O Museu Leon Dierx foi criado em 1911 à iniciativa
de dois escritores originarios da ilha, instalados em Paris, Marius e
Ary Leblond (pseudônimo de dois amigos de infância,
Georges Athénas e Aimé Merlo).
Primeiro museu colonial, o Museu Leon Dierx distingue-se desde a origem
pela qualidade e o numero de peças de arte moderna.
O museu compreendia entao colecçoes adquiridas durante uma
grande campanha iniciada em 1910 pelos dois fundadores.
Por um lado, obras foram dadas por artistas, escritores, intelectuais e
vendedores da metropole. Tratava-se principalmente de obras de arte
moderna, reflexao da criaçao europeia entre as quais
peças dos Antoine Bourdelle, Karl-Edvard Diricks, Henri Le
Sidaner, Van Rysselberghe. A doaçao a mais importante foi a
do Félix Fénéon, critico de arte et
escritor. O vendedor Ambroise Vollard, de origem da Reuniao, vai quanto
à ele oferecer duas obras, uma tela do Louis Valtat, Mer et
rochers rouges , e uma do Maurice Vlaminck, Fleurs.
O Estado, por sua parte, attribui ao museu uma colecçao de
moldagens românicos e gôticos.
Como resposta à estas doacoes, o povo reunionense trouxe uma
colecçao de objectos com valor historico e de obras de
artistas que tinham trabalhado na Reuniao tais como Arthur Grimaud,
Adolphe Leroy e Louis Antoine Roussin.
Desde entao, as colecçoes do museu têm conhecido
um constante aumento acentuado por entradas exceptionais.
Em 1922, Hervé Le Coat de Kervegen lega uma trintena de
quadros et cadernetes de desenhos da mae dele, Adèle
Ferrand.
Em 1947, Lucien Vollard, administrador colonial, prossegue o gesto do
irmao dele e oferece ao Museu um conjunto de 157 obras representando 63
artistas defendidos por Ambroise Vollard : Caillebotte,
Cézanne, Gauguin, Renoir, Rodin, Redon, Rouault…
Esta doaçao coincida com a distritalisazaçao das
quatro colonias francesas e foi incontestavelmente associada
à esta pela inauguraçao celebrada no 24 de Agusto
1947 pelo primeiro Prefeito. Esta doaçao so deixou de
reforçar a orientaçao inovadora do museu Leon
Dierx resolutamente orientada em direcçao da modernidade.
Orientaçao apoiada por numerosos artistas e galeristas,
mecenas seduzidos pela solicitaçao dos Marius et Ary
Leblond.
As colecçoes sao assim ricas e plurais
As colecçoes historicas compreendem obras de
artistas do seculo dezanove da Reuniao que tenham trabalhado
là, entre os quais François Cudenet,
Léon Dierx (pintor nos seus tempos livres), Adolphe
Leroy…
O Museu Léon Dierx conserva igualmente obras maiores da arte
moderna occidental entre as quais, para as esculturas três
ceramicas do Paul Gauguin, um bronze do Pablo Picasso, quadros dos
Emile Bernard, Gustave Caillebotte, Maurice Denis, Maximilien Luce
…
A arte contemporânea é representada pela grande
composiçao de Erro, as obras de Ange Leccia, Jean Le Gac,
Alain Padeau…
As personagems associadas ao museu
Marius - Ary Leblond
Dos seus verdadeiros nomes Aimé Merlo (Ary Leblond, 1880-1958) e Georges Athénas (Marius Leblond, 1877-1953). Estes dois intelectuais crioulos iniciaram os comités em carga de recolher doaçoes de artistas e de galerias no objectivo da criaçao do Museu em Saint-Denis da Reuniao. Estao tambem presentes durante a selecçao das obras que serao parte do legado do Lucien Vollard em 1947. Escritores e criticos recnhecidos, fazem parte da diaspora reunionense instalada na capital no inicio do seculo. Obtêm numerosos prémios literarios entre os quais o prémio Goncourt em 1909 pelo romance deles « En France ». Grandemente comprometidos na acçao colonial do governo francês no inicio do seculo vinte, ocuparao importantes funçoes à Academia das ciencias do Ultramar e ao museu da França do Ultramar do qual Ary é o conservador de 1934 até 1950.
Ambroise Vollard (1866-1939)
Vendedor de quadros instalado em Paris ao inicio do seculo vinte, este reunionense interessa-se muito rapidamente à artistas jovens poco conhecidos como Cézanne, Renoir, Rouault, etc, dos quais compra as obras. Escritor, publica varios livros sobre os artistas que defende assim como uma continuaçao ao Père Ubu do Alfred Jarry. Editor de arte, Ambroise Vollard solicita artistas tais quais os Marc Chagall, Edgar Degas, Pablo Picasso, Georges Rouault… para a ilustraçao de livros luxuosos e raros.
Léon Dierx (1838-1912)
De origem reunionense, poeta
reconhecido, Léon Dierx participa ao movimento do Parnasse
contemporaneo, cujo chefe de fila é Leconte de Lisle. A
partir de 1864 publica varias colectâneas de poesia. Faz
parte dos poetas em carga da vigilia funeraria do Victor Hugo sob o
Arco de Triunfo em 1885. Obtem o prémio Estrade Delcros da
Academia Francesa em 1896, e é sagrado
« Principe dos poetas » por os
seus pares em 1898, sucedando assim ao Mallarmé.
Em agradecimento e em homenagem à obra dele, os Leblond o
solicitarao para dar o nome dele ao novo museu. Fiel à sua
lendaria modestia, Léon Dierx aceitara à
condiçao do « que isto fosse feito depois
da morte dele ». O poeta faleceu em Junho de 1912 e
o museu se chama Museu Léon Dierx desde o 12 de Novembro de
1912.
A OFERTA CULTURAL
As exposiçoes temporarias
O Museu Léon Dierx dispoe dum espacio de
exposiçao de cerca 800 m2 que o permite valorizar nao so as
adquisiçoes de obras contemporaneas : Chen Zen
1996, Peter Knapp 1997, Thierry Fontaine 2000, mas tambem valorizar o
fundo historico que nao pode ser difundido permanentemente.
E assim através da produçao de maiores
exposiçoes tais como « La
Réunion, Regards croisés sur
l’esclavage 1794-1848 » apresentada em
1998 ou ainda « La collection Ambroise Vollard du
Musée Léon Dierx » em 2002,
« Odilon Redon : la terre la mer, le
ciel» em 2007, que o publico pode descubrir a riqueza das
colecçoes publicas do Museu Léon Dierx.
MORADA
Musée Léon
Dierx
28, rue de Paris
97400 SAINT DENIS
CONTACTOS
T : 02 62 20 24 82
F : 02 62 21 82 87
musee-dierx@cg974.fr
www.cg974.fr
HORARIOS
Aberto de terça feira
a domingo
de 9 h 30 a 17 h 30
Fechado segunda feira e no Primeiro de Maio.